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O especialista em contaminação de solos da Embrapa, Giuliano Marchi alerta para o perigo da construção de casas onde atualmente fica o lixão da Estrutural.
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Brasília ainda sofre com a falta de um sistema de coleta seletiva eficiente. O desinteresse e a falta de informação da população só agravam o problema. E as campanhas de conscientização da população são projetos ainda por serem realizados. O governo do Distrito Federal é o maior responsável por essa situação.
Segundo o próprio Serviço de Limpeza Urbana – SLU, apenas 5% de resíduos sólidos potencialmente recicláveis produzidos mensalmente pelos brasilienses são separados e reutilizados.
A iniciativa que partiu de algumas quadras da cidade funciona de forma isolada em Brasília: o sistema de coleta foi implantando somente nas Asas Sul e Norte, Lagos Sul e Norte e na cidade de Brazlândia. Com a nova Política de Resíduos Sólidos, os estados e municípios ficam obrigados a fazer a coleta seletiva do lixo, podendo até serem vedados os repasses da União.
Quem trabalha com a separação e a reciclagem de lixo comemorou a notícia. O catador, Rodrigo da Conceição, 35 anos, vive de separar garrafas, latas e papéis para reciclagem há 2 anos. “Vai ser de grande ajuda a nova lei, pois vai facilitar bastante a separação do lixo”, explica.
De acordo com a dirigente da Assessoria de Planejamento Ambiental do SLU Juliane Berber, a coleta seletiva no Distrito Federal já está funcionando. “Atualmente a coleta vai para três lugares que têm cooperativas de catadores formalizadas, vinculadas ao SLU através de um convênio. Então todo o material da coleta seletiva vai pra esses locais que ficam atualmente dentro das cooperativas” (sic).
Ainda segundo Juliane, toda a população deve ter a consciência da importância da coleta seletiva. “Não se deve pensar na coleta só como uma operação com caminhões, ela também tem que ter o envolvimento da população e uma infra-estrutura de apoio, como os centros de triagem e os postos de entrega voluntária” afirma.
Em Brasília, a maior preocupação é com resíduos da construção civil. O Distrito Federal gerou em 2009 grande quantidade desse tipo de resíduo, cerca de 65% de todo material coletado. Hoje, a maioria das empreiteiras contrata empresas especializadas para a retirada do entulho e repassa a responsabilidade pelo material. Os restos das construções acabam, muitas vezes, jogados em locais como córregos e áreas públicas.
A partir de agora, com a logística inversa, todas as empresas são responsáveis pelos seus próprios resíduos. “O grande ideal dessa política é que o gerador independente, pequeno, médio ou grande, assuma a responsabilidade pelo ônus pela sua geração e pelo ônus dessa geração. Após a lei, a população vai ter muito mais força pra destinar o seu material do que vinha tendo antes da política.” (sic), explica a chefe da Assessoria de Planejamento Ambiental do SLU, Juliane Berber.
Entrevista com a presidente da cooperativa de reciclagem de lixo 100 Dimensão, Sônia Maria.
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Em 2 de agosto deste ano, após 21 anos de espera, a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS foi sancionada pelo presidente Lula trazendo mudanças na forma como a sociedade deverá lidar com o lixo que produz. Dentre as inovações a nova lei traz a chamada logística reversa, que consiste no retorno de embalagens e outros materiais aos produtores e indústrias após consumo e descarte pela população. As normas estabelecidas seguem o princípio de responsabilidade compartilhada entre todos os envolvidos: governo, empresas e cidadãos.
Ficarão proibidos os lixões a céu aberto, as importações de rejeitos e resíduos sólidos perigosos. Embalagens deverão ser fabricadas a partir de materiais que permitam a reutilização ou reciclagem. Os catadores e a indústria de reciclagem receberão incentivos da União. A nova legislação também determina que a comunidade faça a separação do lixo doméstico nas cidades onde a coleta seletiva já está disponível e obriga as prefeituras a construírem aterros sanitários, onde somente resíduos não-recicláveis poderão ser depositados. Ficam proibidos também a catação de lixo, moradia ou criação de animais no local.
Planos para resíduos sólidos com base nas regras da Política Nacional deverão ser preparados pelos estados e municípios. Em âmbito estadual, os planos terão validade indefinida e vigência de vinte anos, podendo ser revistos a cada quatro anos. O PNRS fornece também as diretrizes sobre como elaborar o plano estadual, exige a realização de diagnósticos e o acompanhamento do fluxo dos resíduos. Consequentemente, há um estímulo à reciclagem e aproveitamento, favorecendo a coleta seletiva.
Por outro lado, a nova lei trará benefícios e disponibilizará linhas de crédito para projetos de implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Segundo a pesquisadora e doutora em desenvolvimento sustentável pela Universidade de Brasília, Isabel Zaneti, a Política Nacional de Resíduos Sólidos é de grande importância. Para ela, o principal viés desta política é a inclusão social. “O governo tem maior interesse em estimular as cooperativas de catadores de materiais recicláveis, dando um salto muito grande na qualidade de vida, de trabalho e na geração de renda. É uma vergonha a capital do país não ter coleta seletiva, agora com a nova lei, ela vai ser obrigada a fazer”, afirma a especialista.
Ouça na íntegra a entrevista com a pesquisadora Izabel Zaneti.
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